Aconteceu na noite de ontem (21) a primeira palestra do ano no Instituto João Simões Lopes Neto. Atual vice-prefeita de Pelotas e primeira presidente do Instituto, Paula Schild Mascarenhas esteve recontando uma pouco da trajetória da entidade.
Palestrante da noite, Paula esteve recordando vários momentos da história da Casa do Capitão |
Por volta das 19h, o presidente do Instituto, Antonio Carlos Mazza Leite, começou saudando a todos presentes e apresentou a palestrante destacando a atuação desta em prol da casa. Mazza Leite ainda lamentou o falecimento da dona Suely Simões Lopes. Filha do senador Augusto Simões Lopes, Suely era a pessoa de maior grau de parentesco com o escritor pelotense e sempre se fazia presente nos eventos do IJSLN.
Ao começar sua fala, Paula agradeceu o convite e salientou que não pretendia fazer uma palestra formal, mas sim trazer um apanhado de lembranças de toda trajetória do Instituto, e lembrar a importância das pessoas (muitas ali presentes) na construção dessa história. “Hoje não será uma palestra e sim uma conversa de cunho afetivo”, destacou Paula.
Paula relembrou vários personagens
A casa que atualmente abriga o Instituto João Simões Lopes Neto foi a morada do escritor entre os anos de 1897 à 1907. “Talvez tenha sido o seu período de vida mais feliz”, apontou Paula. Como sabemos o escritor pelotense sempre possuiu um “espírito empreendedor” e que o levou o sofrer com problemas financeiros em alguns momentos de sua vida. A casa localizada na Dom Pedro II foi a única casa própria em que o escritor chegou a residir, na época em que gozava de certo reconhecimento na cidade com suas peças de teatro.
Citando vários nomes, Paula foi recontando todo o processo que levou ao tombamento da casa. Foram lembradas diversas partes dessa história como: a criação do Instituto em 1999 (quando ela foi escolhida como primeira presidente), o empenho de toda comunidade pelotense, da imprensa da cidade, e em especial ao grupo dos simonianos, que sempre se mostrou confiante mesmo em momentos adversos.
Com a tão sonhada conclusão da restauração da casa, enfim pode-se abrir as portas para a comunidade no dia 9 de março de 2006. Paula elogiou o trabalho realizado pelos dois presidentes que lhe sucederam, Henrique Pires e o atual Antonio Carlos Mazza Leite, lembrando dos vários projetos bem sucedidos como as oficinas, as constantes palestras, o prêmio Trezentas Onças, a mostra de artes, a digitalização do acervo, entre outros.
Por fim, Paula fez uma pequena homenagem a todo o engajamento do político Bernardo de Souza – falecido em 2010 – que por meio de um projeto de lei declarou a casa como um bem integrante do patrimônio cultural do Estado. Ainda destacou todo seu empenho pela realização do sonho que era de ver a casa reaberta e funcionando como um belo espaço cultural.
Num comentário final, o incansável simoniano Mário Mattos destacou que tudo isso só foi possível: “porque somos um grupo de sonhadores, inspirados em um sonhador maior, que foi Simões Lopes Neto”.
Texto: Cassio Lilge
Fotos: Rafaelle Molina Ross
22.03.2013
22.03.2013