O Instituto João Simões Lopes Neto comemora, neste mês de agosto, os 100 anos de lançamento da obra Lendas do Sul. Para marcar este aniversário, um ciclo palestras está programado para o decorrer do mês, onde serão abordadas as três principais lendas do livro. O ciclo começa nesta quinta-feira, dia 1º de agosto, com a palestra do professor Luís Augusto Fischer, tendo como tema a lenda A Mboitatá. O encontro será às 19 horas na sede do Instituto.
A obra centenária
Lendas do Sul foi a terceira obra a ser lançada, ainda em vida, por Simões Lopes. No ano de 1910, ele havia estreado com o Cancioneiro Guasca, na sequência, em 1912, seria a vez de Contos Gauchescos ser publicado. No ano de 1913, mais uma vez contando com a ajuda da Echenique & C. Editores, Simões lançaria sua coletânea de lendas. Além das três lendas que ganharam maior destaque – O Negrinho do Pastoreio, A Salamanca do Jarau e A Mboitatá – o livro ainda trouxe um capítulo chamado “Argumentos de outras lendas missioneiras”, e outro de “Argumentos de lendas do centro e norte do Brasil”, onde outras lendas ficaram registradas de forma mais sucinta.
As lendas em verdade, não podem ser consideradas como criações pessoais de Simões Lopes, já que muitas delas circulavam há tempos nos relatos de populares. Algumas até já haviam sido registradas por outros escritores. O grande mérito da obra Lendas do Sul está na forma como as lendas foram reconstruídas, com tudo o requinte literário característico de Simões Lopes.
O palestrante
Luís Augusto Fischer é formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui mestrado e doutorado (com tese sobre Nelson Rodrigues) pela mesma instituição, onde leciona Literatura Brasileira desde 1985. Mantem uma coluna mensal no jornal Zero Hora desde 2001, além já ter colaborado em outras publicações, como a Folha de São Paulo, e a revista Bravo!.
Entre contos, crônicas, ensaios e teoria literária, possui diversos livros publicados. Seus maiores sucessos de vendas são o Dicionário de Porto-Alegrês (1999) e o Dicionário de Palavras e Expressões Estrangeiras (2004). Em 2012 foi o responsável pela edição comemorativa e conjunta, lançada pela editora L&PM, para as obras Contos Gauchescos & Lendas do Sul. Além de um texto introdutório de autoria de Fischer, o livro é cheio de notas de rodapé que comentam expressões de época e contextos históricos e culturais. Também coordenou as edições das duas obras inéditas de Simões Lopes, lançadas em março deste ano, Terra Gaúcha – Histórias de Infância e Artinha da Leitura.
No último dia 5 de julho, Fischer foi um dos homenageados com o Prêmio 300 Onças. A honraria é concedida pelo Instituto, todos os anos, a três figuras que tenham se destacado na preservação e divulgação da obra simoneana. Veja como foi premiação deste ano.
Próximas palestras
dia 08 de agosto – Flávio Loureiro Chaves – “A Salamanca do Jarau”
dia 15 de agosto – Aldyr Garcia Schlee – “O Negrinho do Pastoreio”
Texto: Cassio Lilge
Imagens: divulgação
31.07.2013