Na noite de ontem, o Instituto João Simões Lopes Neto foi palco para a apresentação de mais duas obras do escritor pelotense que dá nome à Instituição: Terra Gaúcha e Artinha de Leitura. As novas edições são fruto do trabalho de Luís Augusto Fischer, Carlos Sica Diniz e Fausto Domingues.
Obras que permaneceram inéditas por mais de cem anos |
O presidente do IJSLN, Antônio Carlos Mazza Leite, deu início a fala, sendo seguido pelo pesquisador Diniz que contou aos presentes como se deu a ideia de desenvolver o projeto de reedição dos manuscritos. Logo em seguida o pesquisador Luís Augusto Fischer destacou a importância da realização do projeto e das dificuldades que enfrentou, como a busca por patrocínio. Fischer encontrou apoio no Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) que estava, durante a cerimônia, representado por Ladir César Cadorso Matias. Ainda presentes estavam a vice-prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas e o secretário de cultura do Estado Luis Antônio de Assis Brasil que frisaram a importância cultural de se ter trabalhos inéditos de Simões, tanto para a história do escrito quanto para a cidade de Pelotas e para o Estado.
O ato de lançamento contou também com a presença do músico e escritor pelotense Vitor Ramil. O autor de Satolep foi convidado por Fischer para a leitura de um trecho de Terra Gaúcha. “A Recolhida” é a única parte do livro que já era apresentada ao público, tendo sido publicada na Revista da Academia de Letras do Rio Grande do Sul, em 1911 e já era de conhecimento de Ramil, que a trabalhou em uma de suas obras.
Confira a cobertura completa sobre o lançamento das obras de Simões na próxima edição da Folha do Instituto João Simões Lopes Neto, que estará disponível a partir da primeira semana de abril.
Público lotou a Casa do Capitão para conhecer inéditos |
Terra Gaúcha e Artinha de Leitura
Terra Gaúcha – Histórias de Infância foi escrito entre 1904 e 1908, permanecendo inédito por mais de cem anos. A edição lançada conta com uma nota biográfica, por Carlos Sica Diniz; um relato sobre a história do manuscrito, por Fausto Domingues; e um ensaio sobre o contexto histórico e alguns aspectos literários da obra, por Luís Augusto Fischer. São 275 páginas e trata-se de uma leitura destinada ao público infantil.
Já Artinha de Leitura é uma cartilha para ensino da escrita e da leitura, escrita por Simões em 1907. Além de conter o manuscrito, a obra apresenta ainda um artigo que analisa as concepções pedagógicas e linguísticas de Simões Lopes Neto, um relato sobre a descoberta do manuscrito e um relato sobre a tramitação e o destino da cartilha. As 200 páginas mostram o envolvimento do escritor com o problema da educação, seus pensamentos inovadores e ideológicos sobre a alfabetização.
Ambos os livros foram lançados pela editora Belas Letras e podem ser encontrados em todas livrarias do país. Em Pelotas está sendo feita na Livraria Vanguarda.
Texto: Eduarda Schneider Lemes e Rafaelle Ross
Fotos: Paula Moran