Ontem à noite, 13, no Instituto João Simões Lopes, Donaldo Schüler palestrou sobre o conto “O mate de João Cardoso”. Foi o último encontro integrante do ciclo de palestras em celebração ao centenário de Contos Gauchescos.
Com o auditório à meia-luz, mas totalmente brilhante com os presentes – cabendo destaque à vice-prefeita eleita, Paula Mascarenhas, ao escritor Aldyr Garcia Schlee e ao artista plástico Mário Mattos -, Donaldo Schüler palestrou sobre o conto que relata os demorados mates de João Cardoso. Schüler comentou sobre o princípio de transformação que João Simões Lopes Neto apresentou no conto, a ideia de tempo e a relação do jornal com João Cardoso na narrativa.
A instigante interpretação de Donaldo Schüler não parou por aí. O palestrante comentou sobre o jornal e de que como o narrador prepara o leitor, citando o ano em que surgiu o primeiro jornal de Pelotas. Além de reflexionar sobre a ideia de tempo, traçando um paralelo histórico com a ascensão do capitalismo e a mudança de hábito das pessoas. Com o advento do jornal, a narrativa viu-se ameaçada. A informação de boca a boca, ouvido a ouvido, foi cedendo lugar às informações sensacionais do impresso. E o tempo passou a valer dinheiro.
Auditório Carlos Reverbel ficou cheio para acompanhar última palestra do ano |
Após bela palestra, o auditório Carlos Reverbel viu a maior interação do ano entre público e palestrante. O debate perdurou por vários minutos. Alguém até poderia dizer, com bom humor, que aquela discussão estava como o mate do João Cardoso.
Ao final, muitos aplausos encerraram o ciclo de palestras em celebração ao centenário de Contos Gauchescos.
Público aproveitou para garantir dedicatória no recentemente premiado “Afrontar Fronteiras” |
Texto: Pedro Henrique Costa Krüger
Fotos: Cassio Lilge
14.12.12