O professor e pesquisador Gilnei Oleiro Corrêa, que palestrará nesta quinta-feira (28), esteve nos contando um pouco mais sobre sua carreia profissional, sua participação no Instituto. Explicou-nos o seu Projeto de Cartografia Geopoética Simoniana, e como ele se fará presente no tema de sua palestra, o conto “No Manantial”.
Foto: Rafaela Valente
Gilnei Corrêa concluiu sua graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e quando já estava trabalhando na área de advocacia, resolveu fazer o curso de Letras, segundo ele “por um desejo de ler Valéry em francês”. O curso que iniciado em Rio Grande acabou sendo concluído, depois de algum tempo, na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A partir de então seu interesse por Letras e Literatura cresceu, a ponto de já ter feito uma Especialização em Literatura Brasileira Contemporânea, e estar concluindo o Mestrado em linguística aplicada na área de Análise do Discurso, pela Universidade Católica de Pelotas. Além de atuar como advogado, atualmente, é Professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Legislação Ambiental no Instituto Federal Sul-rio-grandense – Campus Pelotas, onde desenvolve vários projetos.
Sobre o Instituto João Simões Lopes Neto
No Instituto, Gilnei Corrêa acompanha as atividades desde o começo. Contou-nos que na época em que se cogitava a criação do Instituto, ele estava fazendo especializações na UFPel e acabou sendo influenciado, por seu professor da época, a participar das primeiras reuniões. Sobre as atividades do IJSLN destaca o projeto de digitalização do acervo: “uma das ações do Instituto que vai ser importante para que a divulgação da obra dele (Simões Lopes) seja maior, é a digitalização dos textos.”
As pesquisas na obra de Vitor Ramil
Quanto a seus trabalhos de pesquisa na obra de Vitor Ramil, declara que eles começaram ainda nos tempos de graduação: “Eu trabalho com a obra do Vitor desde a graduação, quando fiz um trabalho sobre o disco A Paixão de V Segundo ele Próprio. A partir dali, encontrei um território de estudo e pesquisa muito rico.” Assim acabaram surgindo os trabalhos “As tonalidades do Frio” publicado no livro Quatro por Quatro (2005) – livro que reunia quatro pesquisador escrevendo sobre quatro diferentes autores pelotenses – e “Viajem fria de Pequod” publicado no livro-projeto Redes de Gelo articulando-se com o vento das esquinas esfiapadas pela luz pequena dos postes emoldurados de sereno (2009).
Em seu mestrado tem se dedicado a ler a obra Satolep de onde sairá o texto já intitulado “A cidade, a poltrona e a linha – a Estética do frio de Vitor Ramil.”
Projeto de Cartografia Geopoética Simoniana
A ideia surgiu quando estava envolvido em seus estudos da Estética do Frio, e lia alguns texto de Simões Lopes. Daí veio a ideia de “fazer a aproximação do Simões com a natureza”.
Geopoética é uma transdiciplina que vem sendo bastante estudada atualmente, e que busca associar a geografia, os elementos da geografia, e os efeitos que eles causam no sujeito. Como Oleiro explica: “Mapear elementos da natureza (animais, plantas, vegetais) e ver os atravessamentos que esses elementos conseguem na psicologia das pessoas, ou seja, é mexer um pouco o imaginário.”
O conto escolhido, No Manantial, foi proposital: “Acho que todas as linhas (do conto) tem algum elemento da natureza sendo mencionado, ou é uma árvore, uma fruta, um animal.”
A palestra ocorre no auditório do Instituto, a partir das 19 horas. A entrada é franca. Compareçam!
Texto: Cassio Lilge